terça-feira, 12 de maio de 2009

Há palavras que nos beijam










Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.



Alexandre O'Neill

Um comentário:

  1. De facto: as palavras, os livros são bálsamos de ensinamento.
    Gostava de te desafiar a publicar um post sobre o "Equador", do Miguel Sousa Tavares.
    Aceitas?
    Fernanda Mendes

    ResponderExcluir